segunda-feira, 25 de março de 2013

DISTRAÇÃO

Segunda-feira, 21h58, e eu aqui, sentada, pós-banho, aguardando minha distração chegar.

'Distração', para mim, seria o que Gabriel Garcia Marques chama de sexo: "o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança."

Muitas das minhas 'distrações' não acabam em sexo por assim dizer. Sou mandona, sou chata, e pra sexo, mais ainda, então as 'distrações' fazem o que eu bem entender e tiver afim no momento. Essas distrações são apenas meninos que vêm em casa me fazer companhia, matar minha carência emocional instantânea, quando não tenho mais nada para fazer e preciso tirar um grande amor besta da cabeça. E logo que vão embora, o que acontece? 

Sim, ainda estou com um grande amor besta na cabeça. Hoje percebi que era amor (talvez?). Quando ele me ligou e percebi que a página não estava virada porra nenhuma. Quando, não importando quantos sonhos você tenha pra te alertar sobre o cara em questão, é com ele que você quer estar. Mesmo ele estando a 1.978km de ti. A porra da página tá emperrada. E a porra da página tá pedindo que essa historia continue. E minha mão aqui, trêmula, querendo escrever mais dessa história, mas sabendo que não deveria. 

E quando com nosso grande amor besta não podemos estar, o que fazemos? Acionamos nossas distrações. Para mim é ou isso ou uma boa dose de Rivotril para dormir mais cedo e deixar os males pra os sonhos decifrarem. 
Como, essa noite, a distração veio atrás de mim antes de eu tomar a minha dose de Rivotril, hoje, fico com a distração, Márcio. 

Mas é isso. Isso que vou ter hoje nada mais é do que um vício ocupando o lugar de outro... Ao invés de eu dizer não, recusar essa maldita droga, eu aceito (mas gente, se vocês vissem o tanquinho que ele tem no lugar da barriga dele e quantas trouxa de roupa suja dá pra lavar ali, vocês entenderiam porque recusar essa droga é tão difícil). Aceito, sim, tomar, mais uma vez, outro alucinógeno que vai me fazer esquecer. Esquecer que tudo o que eu mais queria era estar a 1.978km daqui. Me dopando de outra droga que também me faria mal. Mas que não posso. Que tenho que engolir em seco e tentar me dopar com distrações até esquecer. Ou até parar de doer. O que vier primeiro.

E quem aqui nunca se dopou com distrações, que atire a primeira pedra....

=o/

terça-feira, 19 de março de 2013

UM OLHAR SOBRE O CRESCER

You know when you're young and you drop the glass and your dad says like "Get out of the way" so you can be safe while he cleans it up?
Well, now, no one really cares if I clean it up myself. 
Nobody really cares if I get cut with glass. 
If I break something, nobody says let me take care of that.
You know?
(Girls - Season 2 - Episode 10  - "Together")


Sabe quando você é criança, e deixa cair um copo, e seu pai diz "Saia daí" para que fique em segurança enquanto ele limpa? 
Agora, ninguém mais liga se eu tiver que fazer tudo sozinha. 
Ninguém se importa se eu for me cortar. Quando eu quebro algo, não há alguém para me ajudar. 
Sabe?
(Girls - 2a Temporada - Episódio 10  - "Together")

sábado, 16 de março de 2013

VIRANDO A PÁGINA

Nunca tive problemas em ficar com meninos nas baladas e pronto, foi isso. Às vezes beijar mais de 1, mais de 2 ou mais de 3 e desencanar total. Vibe micareta mesmo.

Mas, a maioria das vezes, sempre fui a apaixonada. A que comia na mão do cara que "estava" comigo.
Sempre fui a que ficou com o cara três ou quatro vezes e já jogava todas as esperanças e sonhos a serem realizados nas mãos desse pobre coitado que não sabia a encrenca na qual estava se metendo.

Péra! Pobre coitado vírgula! Eu sempre escolhi as pessoas mais 'podres' para me relacionar. Analise aqui da maneira que quiser: por medo de me comprometer, por gostar de chegar em casa e não ter ninguém lá além do Abu me esperando, por medo de perder a liberdade, por medo de saber que vai acabar e vou sofrer mais ainda, por não querer dar satisfações da minha vida, por não acreditar em homem nenhum que conheço na vida (tirando o meu irmão), por achar que, além das mentiras, todos traem, etc.... Os motivos pelos quais os caras são 'podres' diferem. Já cheguei a casos absurdos que um só homem tinha todos esses 'problemas' ditos acima. 

Mas acredito que o pior, o que o homem pode fazer de mais podre na vida de uma mulher é dar a ela esperança. Ilusão. Alimentar uma coisa que ele sabe que não está e jamais estará interessando em entregar a nós. Isso é sujo. Isso é falta de caráter. Isso é motivo pra eu querer pegar uma vara e lascar no cara do filho da puta até não poder mais.

A questão é: ninguém é perfeito. 
Clichê. 
Clichezão. 
Mas não é pelo perfeito que peço. Não é pelo perfeito que almejo. E acredito que 99% das mulheres (tirando as Panicats da vida), também não procuram isso. Sim, já teve uma época que era justamente o perfeito que procurava (e também esse era um dos motivos pelo qual nunca consegui fixar algo sério com alguém nessa época: pelo fato do perfeito não existir).    

Procuramos um cara que nos faça rir, um cara que tenha um abraço bom, um beijo bom, um cheiro bom. Um cara que saiba bater papo, um cara que esteja disposto a estar ao nosso lado no pior dos nossos momentos e nos melhores deles. Queremos a companhia. Mas a ilusão sempre vem junto. 

Não digo que a culpa é só deles. Somos nós, mulheres, que colocamos na nossa cabeça que temos que ter um relacionamento sério. Que temos que ser certinhas e que não podemos sair por aí ficando com vários e não se 'acalmar' com um. Mas... por que não?

Estou em uma fase terrível. Tanto profissional quanto pessoal. 
Claro, o pessoal tá 200% pior, porque tem muito mais bagagem nisso aí. 
Nesse começo de ano, estive em um 'relacionamento' mais 'sério' (e o uso das aspas não são exageradas), com 3 caras diferentes. Me entreguei. Pros 3. Um já era caso mais antigo (o que fez doer mais), o outro demorou quase 1 mês, e o outro demorou 20 exatos dias. Estamos em março e já não tenho mais nenhum. 

Chorei, me descabelei, quis me matar, achei que não ia encontrar mais ninguém na vida, achei que eu era a pior mulher do mundo, etc e tal. 

Quinta-feira foi um dos dias mais difíceis pra mim. Tive que 'terminar', por falta de culhões, com o último cara, esse dos 20 dias. Ele tinha me escondido que era casado, porém tinha me jurado que estava em processo de divórcio e que em um mês tudo estaria finalizado. A tonta aqui, comprou a idéia. Claro, como não? Quem nunca??? Se ele diz, eu acredito. Ele fazia juras de amor eterno, dizia que era a mim que ele queria, que me adorava, me ligava 7 vezes por dia, falávamos no Skype e no Facebook o dia inteiro (ele não é de São Paulo, então isso dificultava um pouco também. E era um anão de 1m66 - pausa para risadas)... 
Só que a enrolação para me falar o andar da carruagem do divórcio me fez ficar com tanta raiva... porque, atos que eram bons, não vinham. Como ele não teve a hombridade de falar que não sabia se esse divórcio ia rolar ou não, porque, sei lá, a mulher dele é dependente (e totalmente louca - me mandou mensagem no facebook e me ligou me acusando de acabar com o casamento cristão deles - sendo que eu entrei na parada meses depois do conflito deles) e triste demais pra viver sozinha, ou porque o relacionamento deles é doente demais e eles precisam um do outro, ou foda-se o motivo, eu tive que ser a adulta e o macho alfa dessa relação ridícula e chegar e falar: 'Então, meu querido, acabou. Não quero que você nunca mais me procure, eu quero que suma da minha vida, eu quero que você e sua mulher se fodam (juntos ou separados).' Esse é o resumo tranquilo do que deixei na caixa postal do cidadão em questão.

2 semana antes disso, quando eu ainda não estava sabendo do casamento do carinha de cima, então, totalmente apaixonada por ele ainda, resolvi que tinha que 'terminar' com o senhor Engenheiro Agrônomo cujo 'relacionamento' se extendia por 5 anos. As palavras foram quase as mesmas. Ele tinha feito umas coisas nenhum pouco legais ou justas com a minha pessoa durante uma visita a São Paulo, e isso meio que fez com que eu puxasse a vara pra dar com tudo em cima dele já, né? Eu estava disposta a esquecê-lo depois disso, mas ele continuou a me procurar 2 semanas depois disso achando que não tinha feito nada de errado e o coração aqui derretou. 
Mas fui forte, ignorando as mensagens dele. Porém, chegou uma hora que vi que ia ter que ser direta. As palavras foram quase as mesmas, que ele me esquecesse, que ele queimasse no fogo do inferno pelo mal que me fez, que eu não queria ser amiga dele, nunca quis e não era agora que seria o caso, que ele tinha sido sujo e que ele seguisse com a vida dele.
Hoje, me arrependo. Desse caso. O Diripona foi, na verdade, o único cara de todos que me relacionei que nunca me prometeu nada. Muito pelo contrário: ele sempre disse que não queria namorar, que não queria nada sério demais, que ele não prestava... Eu já sabia que, com ele, todas as ilusões vinham de mim. Ele nunca me prometeu nada. Nem um copo d'agua. 
Por isso, liguei ontem pra ele e pedi desculpas pelas coisas que disse. E que sabia que ele era um cara do bem e que só precisava crescer. Fiz as pazes comigo mesma. E virei a página.

Eu acho que é isso que nós, mulheres, temos que aprender com mais prioridade na vida. Sempre deixamos, nós, as fragilizadas, que os homens tomem as rédeas e que eles virem as páginas. Mas, por exmplo, no caso do cara casado... Ele jamais viraria essa página. Ele iria me enrolar e enrolar a mulher dele até quando ele tivesse afim. Porque, para ele, é cômodo. Ele tem duas pro ego dele. Mas eu não quero ser a mulher para um cara de duas mulheres. Então eu tive que ir lá, pegar a página da história que foi escrita com esse cara, e virar. Simples assim.
Doeu? Claaaaaaaro. Me descabelei na quinta (isso aconteceu na quinta). Mas o que que houve logo depois? Quinta mesmo fui em uma balada. Um holandês chegou pra falar comigo (English or español?), e eu, já toda derretida e visualizando a idéia de falar inglês a noite inteira pra fugir do mundo de merda que minha cabeça vivia, aceitei na hora. E ele foi uma graça. Lindo, loiro, alto, de olho verde, fofo, novinho (mas que já era presidente de uma ONG que tinha transferido ele pra Bolívia), que sabia falar (não sabia dançar, como todo estrangeiro), que me tratou bem, me respeitou, não tentou me levar pra casa, só queria ficar comigo.... No dia seguinte, ontem, no caso, marcamos um café no final do dia, ficamos mais um tempo juntos e foi isso. 

Ele voltou pra Bolívia hoje.  
Mais uma página virada.

Todo homem que atraímos, atraímos por um motivo: seja para nos fazer bem, seja para nos fazer mal. E tem casos que o mal nos faz bem, então continuamos. E aí é que mora o perigo. Para que continuarmos com algo que é ruim para nós? Temos que nos distanciar um pouco e ver que não, isso não é saudável. Temos que terminar, porque isso jamais virá deles. 

Temos que virar a página. Porque, se não virarmos, quando iremos estar abertas para o próximo, que, talvez, nos fará bem?  

E virando a página, sabe o que também pode acontecer? Uma nova história começar para adicionarmos a nossa biografia. E quanto mais capítulos em uma biografia, melhor. Uma vida melhor vivida. 
Que mal há nisso?
      

quarta-feira, 13 de março de 2013

SILÊNCIO

Quando eu fiz 18 anos de idade, lembro que eu não podia nem acreditar que estava indo morar em São Paulo, a grande metrópoles do Brasil. Morei minha vida toda em Piracicaba, uma cidade que, pra mim, era um ovo e que não tinha nada pra me oferecer. Me sentia presa dentro de mim. Milhões de vontades para realizar, coisas pra ver, vivenciar, e em Piracicaba eu não tinha isso. Nada disso.

Em São Paulo eu me sentia completa. Quase. Sempre faltava aquela uma coisinha... Eu sempre queria mais e não encontrava. Sou ansiosa demais acho. Quero tudo, a toda hora, a todo momento, sempre. E quero tudo do bom e do melhor.

Não querendo ir pro lado chato que todo mundo vai quando reclama do Brasil, mas esse país não funciona como deveria funcionar... As coisas não são boas, elas simplesmente são o máximo que conseguem ser (encaixe aqui o motivo que quiser... Eu tenho até preguiça de começar essas discussões).

Queria mais. Queria mais intenso. Queria com valores diferentes. Mentalidades diferentes. Comportamentos diferentes. Pessoas diferentes. Olhar ao meu redor e não acreditar que nunca tinha visto aquilo acontecer ainda.

E foi por isso que, com 26 anos de idade, larguei tudo pra trás e fui, com a cara e a coragem, estudar produção para TV e cinema em Nova York.

Foram os melhores 2 anos da minha vida. Estudei. Trabalhei. Fiz amizades. Conquistei amores. Mas mais do que isso: eu vivi. Eu vivi o sonho que eu queria. Ali, no meio da Times Square, com milhões de pessoas congelando de frio em fevereiro ou morrendo de calor em agosto, saindo dos espetáculos que lotavam todos teatros da Broadway, ali, naquele meio do inferninho, eu me sentia tranquila. Eu respirava de olho fechado e sorria. Coisa babaca de filme mesmo. Nem sei quantas vezes eu fui sozinha a Times Square, só pra ficar comigo mesma, rodeada de estranhos e de línguas que nem me arriscava adivinhar quais eram. Eu chegava na estação de metrô ‘Times Square – 42nd Street’, subia as escadas rolantes, e as luzes de todas as atrações já aqueciam meu coração (aliás, a Times Square de manhã devia de ser fechada. Não tem graça nenhuma estar ali se não totalmente tomada pelos milhares de watts das marquises de teatros, outdoors e letreiros de lojas. Ela perde todo o sentido).

Parava na Starbucks, pedia meu Iced Soy Decaf Latte Light Ice e sentava ou na escadaria da TKTS ou em uma mesinha qualquer.

Eu assistia, de camarote, o casal se matando pra tirar uma foto, eles mesmos, dos dois com a torre da Times Square no fundo. Daí a namorada reclamava que não tinha saído o prédio todo, o namorado, puto, pela 37a vez tentava com que saísse os 2 e o maldito prédio inteiro. E não conseguia. E lá ia ela tomar a câmera da mão dele de novo para, como não poderia deixar de ser, falhar na tentativa também.  

Tinha sempre o grupo de 8 ou mais japoneses passeando, tirando foto de qualquer coisa, desde o logo do McDonalds (que, para mim, não faz sentido algum, porque aquele M é igual em qualquer país, até o deles com as letrinhas estranhas), a fotos de pessoas que eles não tinham ideia de quem eram, mas estavam no telão da loja da American Eagle, até do grupo todo junto com Naked Cowboy, ‘personagem’ que chegou a status de ponto turístico da cidade.

Daí eu avistava aquele casal de velhinhos, que era tocante demais a simplicidade deles, agarradinhos, se aquecendo, saindo de algum musical, sem se olharem, sem conversarem, de mãos dadas e carregando sorrisos nos rostos. Não precisavam trocar palavras para mostrar que, mesmo estando juntos numa jornada de provavelmente 50 anos, estavam juntos porque queriam e pela completude que tinham. 
Eram sempre esses casais de velhinhos que me faziam cair na real e perceber que toda a minha inquietação, minha falação, minha vontade de fazer tudo o tempo todo, tudo rápido demais, querer viver antes que não dê mais tempo... nada disso de nada vale... 
São essas poucas coisas, esses toques, esses programas ‘fora de casa’, esse ‘ver gente’, essas vivências e convivências, essa observação do mundo ao redor... São essas poucas coisas que importam. Palavras só enchem linguiça, a maioria das vezes. 

O silêncio é subestimado. 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CONFIANÇA

Ultimamente tenho pensado muito na atual situação da minha vida e caiu de o último livro que comprei e resolvi ler dizer mais ou menos o que penso sobre a situação pela qual me encontro (acho mágico coisas desse tipo, quando parece que foi o livro que escolheu a gente, e não o contrário).

Como essas passagens dizem exatamente o que eu sinto, vou apenas copiá-las, já que, com certeza, a autora (Carolina Aguirre) se expressa bem melhor do que eu. 

"Nenhuma pessoa normal ou comum. Para esses eu sou sempre a outra, a amiga, a que é abandonada quando eles voltam para a ex-namorada, aquela que eles veem aos domingos à tarde, a tapa-buraco, a que se faz de enfermeira quando alguém lhes destrói o coração, a segunda, o romance de verão. Mas nunca sou o amor da vida deles. Nunca. 

Eu não sou feia, não sou burra, não tenho nenhum defeito incorrigível. Apenas sou neurótica e insegura. Mas, por alguma razão, termino sempre apaixonada por algum infeliz que me trata mal ou por alguém que não pode nem com a própria vida. 
(...)
Eu sei que a minha solteirice tem mais a ver com os meus problemas do que com os problemas dos homens. Sei que escolho homens que não podem gostar de mim ou que não estão disponíveis porque, no fundo, algo que me assusta muito é terminar como as minhas amigas: achando que é verdade que o marido dorme no escritório porque é muito tarde para voltar para casa. 
Então, antes de estar nessa situação (casada com um cara que ferra a minha vida enquanto eu troco fraldas e limpo a casa), antes de ter que escolher entre me divorciar e me fazer de idiota, antes que me machuquem, antes que me desiludam, detonem a minha escassa juventude e me deixem amargurada para o resto da vida, escolho todos aqueles que não querem nem podem ter um relacionamento comigo. Dessa forma, me sinto cômoda e protegida nesse limbo de solteirice. Não sou feliz, é verdade. Mas, pelo menos, ninguém me machuca de verdade."


sábado, 30 de abril de 2011

TRUE THAT!

"Dentre todos os seus amores, a maioria você vai descobrir que amava porque queria que sonhos se realizassem, planos se concretizassem, vendo apenas nessa pessoa a possibilidade de realizá-los, concretizá-los.
Às vezes você acha que ama alguém, quando, na verdade, você ama a história que uniu vocês, e quando ela acaba, quando ela passa, o que acontece? Você vive de passado, se prendendo a ele e a quem fez parte dele!
Às vezes ama alguém por vê-lo como uma conquista, como um objeto de valor que todo mundo gostaria de ter, mas que, por sorte e por merecimento, você tem. Às vezes você nem ama, só deseja (e nem sabe).
É difícil, porém, você amar alguém por esse alguém lhe amar. É aquela velha história: "Quem eu quero, não me quer, e quem me quer, eu não quero!"
E o por que isso de tudo isso? Porque essa pessoa não lhe ofereceu uma história."

quarta-feira, 13 de abril de 2011

COMPANHIA

“When I get lonely these days, I think: So BE lonely. Learn your way around loneliness. Make a map of it. Sit with it, for once in your life. Welcome to the human experience. But never again use another person’s body or emotions as a scratching post for your own unfulfilled yearnings.”


Pois é. Eu tô nessa. E nunca pensei que fosse estar nessa, achei que seria a maior das utopias. Mas cá estou eu nessa situação que sempre invejei em muita gente e que tinha certeza que nunca ia acontecer comigo nessa minha vida: NÃO estou apaixonada por alguém.

Ninguém. Nada. Nadica de nada. Péra!!! É... ninguém meeeesmo! Nobody!

Pela primeira vez na minha vida, no último mês eu não estou indo pra cama pensando em um menino.

Meus amigos mais chegados tão pensando: "Tá bom. Nem ela tá acreditando nesse post ridículo." Mas juroooo que é verdade. E juro que achava que fosse ser pior. Bem pior.

Sempre vivi pulando de amor em amor. Quer dizer, pulando de decepção amora em decepção amorosa. Mas ultimamente tô super tranquila.

Acho que o maior problema é a falta de homem interessante que tenho presente na minha vida hoje em dia. Não que os caras ao meu redor sejam desinteressantes, mas eles não são interessantes para mim no quesito que preciso que eles sejam. Deu pra entender? Tenho vários amigos interessantíssimos, não é a toa que são meus amigos, mas nenhum interessante no quesito "paixonite". Nenhum que preencha pelo menos metade da minha lista de requisitos para virar paixonite.

Sou exigente? Aparentemente sim. Achava que não. Só queria alguém que fosse bonito, legal, que não fosse uma anta e que fosse mais alto que eu (só de adicionar esse último requisito, sei que minha probabilidade de encontrar alguém cai para 3%, mas desculpa, não curto caras mais baixos que eu. É estranho e ponto!), mas acho que só isso não está bastando mais pra mim. Acho que esses atributos eram importantes mais pra minha época Devassa. Já passei dessa época.

Cansei de ir pra balada e beijar 8, 10, 12 ou 14 na mesma noite e ter que fugir deles a balada inteira. Mesmo isso tendo feito maravilhas para o meu ego (e não me arrependo de nenhum momento meu Devassa), acho que tô velha demais pra isso. Não tenho mais pique de ficar em balada esperando um cara vir puxar papo enquanto espero minha bebida e se for bonitinho (leia-se: mais alto que eu, do nível no mínimo pegável e que não esteja caindo de bêbado) ir lá e beijar.
Tentei trazer de volta meu lado Devassa esses dias, até que consegui quando fui pra D-Edge mês passado, mas no final da noite, nada mudou. Eu voltei pra casa sozinha e feliz por estar voltando pra minha casinha. Queria tirar meu vestido, meu sapato, minha maquiagem, colocar meu pijama furado, tomar um copo gelado de Coca-Cola Zero e checar meu Facebook e Twitter no silêncio do meu lar. Deprimente? Bastante. Mas eu tô amando essa "depressão".

Eu quero chegar em casa e não falar com ninguém, não ter que ligar pra ninguém, não mandar mensagem no celular de ninguém, não pensar em ninguém, ou não ficar preocupada se ele saiu naquela noite pra alguma baladinha e ficou com alguém, ou será que ele foi e não ficou com ninguém porque estava pensando em mim, ou será que nem foi, ou será que foi, ficou trêbado e levou uma vagabunda pra casa?
Cansei disso!
Já passei por isso muuuuitas vezes na minha vida e o que isso tinha de diferente do que é agora? Antes eu chegava em casa e não falava com ninguém, não ligava pra ninguém, me controlava absurdamente pra não mandar mensagem de celular pra ninguém, mas ia dormir pensando num idiota que não vale um copo d'água.
Ah, não. Já deu.

Tô muito feliz em ficar sozinha. Não imaginei que fosse gostar tanto de não gostar de alguém. Mas tô achando uma experiência maravilhosa. Fazer as coisas que eu quero pra me deixar feliz e não me preocupar com o que fulano ou sicrano vão achar.

Minha analista disse que isso é o resultado de eu estar dando mais valor a mim mesma. De eu estar gostando de mim mesma. De eu não precisar mais achar alguém pra gostar de mim porque eu já me gosto. Eu me basto. E que isso é bom. Que a próxima pessoa que eu mostrar o menor dos interesses vai resultar em uma relação saudável, mesmo que dure apenas um encontro, um beijo que seja, porque não irei mais despejar nessa pessoa toda a minha carência e a necessidade que tinha da outra pessoa gostar de mim no meu lugar.

Minha busca agora não é por alguém pra tomar conta de toda a minha vida, pra eu me entregar por inteira. Mas, sim, alguém para dividir momentos comigo.
Um companheiro: alguém pra ir comigo no cinema, alguém pra jantar fora comigo, alguém pra ser meu carona no carro ou que faça de mim sua carona, alguém que leia um livro na cama comigo enquanto eu tô lendo o meu, ou que me encha o saco enquanto eu tô lendo. Alguém que esteja ali do meu lado mesmo sem falar nada, alguém que me escute reclamar, alguém que segure minha mão só porque tava afim, alguém que pare comigo na Starbucks toda santa vez que eu vejo uma, alguém que me beije pra quebrar o silêncio ou pra me fazer calar a boca, alguém pra preencher o outro lado da minha cama.

Infelizmente, a teoria é sempre mais fácil que a prática.
Vamos ver quanto tempo essa busca levará.